Alagoas tem 23 mil trabalhadores que atuam por meio de aplicativos, de
acordo com PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios),
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números fazem parte de estatísticas experimentais, divulgadas no
último dia 25, referentes ao 4º trimestre de 2022.
Em números proporcionais, Alagoas é destaque no percentual de
trabalhadores plataformizados, tendo 2,3% dos trabalhadores de todo o
setor privado atuando por meio de aplicativos. Tal percentual é o
segundo maior do país, empatado com DF, e apenas abaixo do RJ (3,3%). A
média nacional é de 1,7%. O Brasil tem cerca de 1,5 milhão de
trabalhadores por aplicativo.
Os trabalhadores plataformizados, foco da pesquisa, são aqueles que tem
como trabalho único ou principal a prestação de serviço por meio de
plataformas digitais. As plataformas investigadas dizem respeito aos
aplicativos de táxi; aplicativo de transporte particular de passageiros;
aplicativos de entrega de comida ou produtos; e aplicativos para
prestação de outros serviços, que vão desde manicure até tradução e
serviços jurídicos.
Os trabalhadores que prestam serviço por aplicativo tendem a ganhar mais
dos que os outros trabalhadores do setor privado, mas também trabalham
mais horas. Para Alagoas, a média é de 42 horas semanais para os
plataformizados; cerca de quatro horas a mais do que os que demais
trabalhadores do setor privado, cuja média de trabalho é de 38 horas por
semana.
A média nacional, contudo, é superior. No Brasil, plataformizados tendem
a trabalhar 46 horas semanais e não-plataformizados alcançam o valor de
39,5 horas de trabalho por semana. O rendimento médio dos trabalhadores
por aplicativo em AL é de R$1.904,00. Os demais empregados do setor
privado ganham, em média, pouco mais do que um salário-mínimo:
R$1.537,00.
A prestação de serviços por
plataformas digitais no Brasil é prevalente entre os homens (81,3%), que
trabalham por conta própria (77,1%) e na informalidade (70,1%). Destes,
apenas 35,7% contribuem para a previdência social em todo o país,
contra uma taxa de 60,8% dos demais ocupados no setor privado.
Os
trabalhadores de aplicativo costumam ocupar níveis intermediários de
escolaridade: a maioria possui ensino médio completo ou superior
incompleto (61,3%).
Os
serviços de transporte de passageiros de modo particular ou táxi
(52,2%) e serviços de delivery (39,5%) representam quase a totalidade
das atividades exercidas pelos trabalhadores plataformizados em todo o
país.