Outubro é o mais quente da história; e El Niño deve ser sentido até abril
Publicada em 10/11/23 às 09:59h - 9 visualizações
por Rádio Lobo Web com Estadão Conteúdo
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(Foto: Rádio Lobo Web com Reprodução)
O mês passado foi o outubro mais quente já registrado no planeta,
chegando a uma série de cinco recordes mensais consecutivos, anunciou
ontem o observatório europeu Copernicus, o que permite prever que 2023
será o ano mais quente já registrado em toda a história. Além disso,
cientistas já preveem que as condições se mantenham em 2024 - e o El
Niño, fenômeno de aquecimento das águas do oceano, prossiga até o mês de
abril.
Esses novos dados gerais reforçam os alertas dos
cientistas antes da reunião de cúpula do clima, a COP-28 de Dubai, que
começa no dia 30. "O sentimento de necessidade urgente de adotar medidas
climáticas ambiciosas nunca foi tão forte", afirmou Samantha Burgess,
vice-diretora do serviço de mudança climática do observatório
Copernicus.
No mês passado, com média de 15,38ºC na superfície
do planeta, o resultado superou em 0,4ºC o recorde anterior de outubro
de 2019, segundo o Copernicus. A anomalia é "excepcional" para as
temperaturas mundiais. Outubro de 2023 foi "1,7°C mais quente do que a
média para o mês de outubro no período 1850-1900, antes da percepção dos
efeitos das emissões de gases do efeito de estufa provocados pela
atividade humana", acrescenta o observatório.
EL NIÑO - Outro
relatório, divulgado ontem pela Organização Mundial de Meteorologia
(OMM), aponta que o fenômeno El Niño, relacionado ao aumento nas
temperaturas notado neste ano nos oceanos, deve perdurar até abril de
2024. Com isso, é muito provável que os termômetros disparem ainda mais
neste final de ano e no ano que vem. A OMM afirma que o El Niño se
desenvolveu rapidamente durante julho e agosto deste ano e atingiu força
"moderada" em setembro - mês em que os termômetros chegaram a marcar
38ºC em São Paulo.
O fenômeno só chegou a uma consistência, de
acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros
indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é de que
ele ainda não tenha atingido o auge.
"Provavelmente, atingirá o
pico, como um evento forte, até janeiro. Há uma probabilidade de 90% de
que persista durante o próximo inverno no sul do Hemisfério Norte
(verão no Brasil e demais países do Hemisfério Sul)", afirma a OMM.
O El Niño ocorre em média a cada sete anos e normalmente dura de nove a
12 meses. É um padrão climático natural associado ao aquecimento da
superfície do oceano Pacífico tropical central e oriental. No entanto,
este ano, "ocorre no contexto de um clima que está sendo alterado pelas
atividades humanas", diz a OMM.
Uma prova dessa alteração no
ciclo comum é que os impactos do fenômeno na temperatura global ocorrem
normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento - neste caso,
deveriam acontecer somente em 2024 -, mas, desde junho, o ano de 2023
tem caminhado para ser o mais quente já registrado.
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