82 8123-9972

NO AR

Rádio Lobo Web

radiolobo.com.br

Brasil

Braskem tem agenda verde na COP28 e Maceió enfrenta desastre

Mineradora fará duas palestras sobre ambiente no pavilhão oficial do Brasil em Dubai nos próximos dias

Publicada em 03/12/23 às 09:03h - 23 visualizações

por Rádio Lobo Web com Folha


Compartilhe
 

Link da Notícia:

 (Foto: Rádio Lobo Web com Reprodução)
Envolvido com o ativismo climático desde a época em que cursava a Faculdade de Direito da USP, o advogado Felipe Hotta passou a tarde deste sábado (2) procurando algum representante da Braskem na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes.

"Ver a Braskem e a Vale aqui, com uma agenda verde, me incomoda muito. Essas empresas não têm uma agenda sustentável", afirmou ele, enquanto buscava algum estande. Apesar de não achar um espaço físico, Hotta encontrou uma pista.

O pavilhão do Brasil na COP28 possui dois auditórios e recebe, nas duas semanas do evento, 137 palestras, conversas ou debates abertas ao público registrado para a Blue Zone. Duas delas estão reservadas para a Braskem, empresa brasileira cuja mineração de sal-gema no subsolo de Maceió causou um afundamento em 2018 e agora pode causar um desabamento.

Na próxima sexta-feira (8), entre 10h30 e 11h45, representantes da mineradora falarão sobre "O papel da indústria na economia circular de carbono neutro". Já na segunda-feira seguinte (11), das 13h30 às 14h45, o tema será "Impactos da mudança do clima e a necessidade de adaptação da indústria".

Questionada sobre a participação na COP, a Braskem declarou que está acompanhando "todas as discussões sobre mudanças climáticas, uma vez que tem metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e de crescimento com produtos mais sustentáveis, entre eles bioprodutos e produtos com conteúdo reciclado".

Mais do que um observador da COP, como consta em seu crachá, Hotta é um dos sócios brasileiros do escritório de advocacia Pogust Goodhead, justamente o escritório responsável por defender 10 mil afetados nos primeiros sinais de afundamento de Maceió, em 2018.

Hotta e Goodhead também trabalham juntos no processo que o escritório move contra as mineradoras Vale e BHP em Londres. Eles pedem uma indenização de US$ 44 bilhões para 700 mil vítimas do rompimento da barragem de Mariana em 2015.

No caso de Maceió, não houve mortes há cinco anos, quando milhares de famílias ficaram sem casa. A Goodhead ainda não estimou um valor para a indenização para as vítimas que vai pedir na Justiça de Roterdã, na Holanda, onde a Braskem opera uma subsidiária.

Em nota, a Braskem diz que tem monitorado o local e que dados atuais "demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta".

A empresa disse que a área atingida está desabitada desde 2020 e que houve a realocação dos moradores de 23 imóveis localizados na área de risco.

ENTENDA O HISTÓRICO:

ANOS 1970

Governo estadual autorizou em Maceió extração de sal-gema —uma matéria-prima usada na indústria para produção de PVC e também cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio.

A empresa que deu início à atividade foi a Salgema Indústria Químicas de Alagoas, que depois passou a ser chamada de Braskem. Apesar de o órgão ambiental da época não recomendar as extrações, a atividade na região aconteceu a partir de 1975.

2018

Após mais de 40 anos de extração na região, um tremor de terra foi sentido em março de 2018. Na época, também foram registradas rachaduras em casas, fendas nas ruas, afundamentos de solo e crateras, segundo o MPF, sem aparente motivo.

No início, as reclamações partiam do bairro do Pinheiro, mas no mesmo ano foram registradas também no Mutange e Bebedouro. No ano seguinte, moradores do Bom Parto também reportaram danos em suas residências.

Após o episódio, foi dado início a uma investigação para entender o que motivou o fenômeno na região.

2019

No ano seguinte, o Serviço Geológico do Brasil (antigo CPRM) concluiu que as atividades de mineração da empresa Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema. No laudo, cientistas afirmam que o tremor de terra de 2018 aconteceu em razão do desmoronamento de uma dessas minas.

Segundo o estudo, aquele não foi o único tremor, pois os laudos apontam a existência de outras minas deformadas e desmoronadas. Desde então, o MPF em Alagoas acompanha o caso. Em meados de 2019, ocorreram as primeiras evacuações do local.

Até então, havia 35 poços de extração em área urbana. Os poços estava pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, que foram visíveis na superfície.

Desde então, mais de 60 mil famílias dos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol foram realocadas para outros pontos da cidade. Após o laudo que apontou a exploração como responsável pela instabilidade da região, foram fechadas 35 minas da região de Mutange e Bebedouro.

2023

Na quarta-feira (29), após novos tremores serem sentidos na região, a Defesa Civil emitiu um alerta em que afirma que a mina de número 18 Braskem está em risco iminente de colapso. O alerta do órgão acontece após

De acordo com o órgão, a população que mora próximo à área atingida foi orientada a deixar o local e procurar abrigo, e a prefeitura decretou estado de emergência por 180 dias.




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:


Enquete
O que você está achando do Site e da Rádio Lôbo Web?

 Adorei.
 Bom
 Ótimo, excelente!
 Ruim.







.

LIGUE E PARTICIPE

82 8123-9972

Visitas: 100843
Usuários Online: 223
Copyright (c) 2025 - Rádio Lobo Web
Converse conosco pelo Whatsapp!