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Responsáveis por abrigo clandestino recebiam até R$ 1,9 mil

Local foi interditado no domingo (14), em Ponta Grossa. As duas foram denunciadas pelo crime de tortura

Publicada em 22/01/24 às 09:11h - 9 visualizações

por Rádio Lobo Web com Redação G1


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 (Foto: Rádio Lobo Web com Reprodução)
As duas irmãs responsáveis pelo abrigo clandestino interditado em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, recebiam valores entre um salário mínimo e R$ 1,9 mil de familiares de cada um dos idosos abrigados, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Segundo a Vigilância Sanitária, o local funcionava sem a documentação e, portanto, de forma irregular.

A situação chegou ao conhecimento das autoridades policiais quando uma idosa, de 68 anos, fugiu do local e saiu pela rua buscando ajuda e pedindo socorro. Câmeras de segurança registraram a fuga.

Na sexta-feira (19), as duas mulheres, identificadas como Márcia Jaqueline Ramos e Simone de Elisandra Ramas, foram denunciadas pelo MP-PR pelo crime de tortura e diversos crimes praticados contra idosos e que estão previstos em legislação.

Elas estão presas preventivamente.

Ainda não se sabe se os familiares dos abrigados sabiam das condições em que eles estavam submetidos.

Castigos

Segundo o MP-PR, as duas irmãs, de 52 e 46 anos, mantinham nove pessoas em situação de absoluta precariedade e sob grave violência física e emocional. Elas responderão ao processo em privação de liberdade.

As investigações indicaram que além das ameaças, os internos eram agredidos constantemente, com puxões de cabelo, socos e arranhões, praticados a pretexto de castigo pessoal e como forma de fazê-los obedecer às ordens dadas pelas denunciadas.

Além da condenação, o Ministério Público solicita na denúncia que seja fixado pelo Judiciário a obrigação de pagamento de quantia referente aos danos morais causados às vítimas.

Conforme o MP-PR, cartões de contas bancárias e de benefícios de idosos que eram mantidos em um abrigo clandestino foram encontrados com as duas irmãs.

As vítimas têm entre 51 e 82 anos de idade e foram encaminhadas para acolhimento pela rede de proteção e assistência social do município. Alguns deles alegavam ser de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, por isso, foram encaminhados à cidade.

Piso escorregadio, falta de comida e remédios desorganizados

De acordo com a denúncia, o local onde o abrigo funcionava tinha uma série de descumprimentos à legislação e oferecia diversos riscos aos abrigados.

Conforme o MP-PR, o piso era escorregadio, não contava com estrutura antiderrapante ou barras de apoio, possuía escadas e muitos desníveis.

Os idosos também eram privados de acesso adequado à alimentação e condições de repouso, uma vez que o espaço não tinha camas e eles dormiam em colchões espalhados pelo chão.

As investigações apuraram ainda que os remédios dos abrigados eram mantidos em cima de uma geladeira, desorganizados e sem qualquer tipo identificação. Dessa forma, segundo o MP-PR, os idosos ficavam expostos ao risco de os acessarem sem qualquer orientação ou prescrição.

Além disso, conforme o órgão, os internos não recebiam acompanhamentos médicos.

Na denúncia, a Promotoria de Justiça aponta que todos os idosos foram encontrados em situação de "extrema vulnerabilidade, sendo que três deles necessitaram de atendimento médico em razão de desidratação, pressão arterial alta e devido ao estado físico debilitado e também emocional muito abalado".




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