Argentina tem dia de greve contra pacote de reformas de Milei
Publicada em 24/01/24 às 19:44h - 12 visualizações
por Rádio Lobo Web com Estadão Conteúdo
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(Foto: Rádio Lobo Web com Reprodução)
O presidente Javier Milei enfrentou uma greve geral contra pacote de
medidas para desregulamentar a economia. A paralisação foi convocada
pela maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do
Trabalho (CGT), que falou na adesão de 1,5 milhão de pessoas por todo
país, sendo 600 mil em Buenos Aires. Na capital, os manifestantes se
concentraram em frente ao Congresso, onde tramita um dos projetos
prioritários para o governo. Segundo a polícia portenha, o ato reuniu
entre 80 e 100 mil pessoas.
Apesar do protocolo do governo que
proíbe o bloqueio de vias, a 9 de julho, uma das principais avenidas de
Buenos Aires, foi tomada por manifestantes em que seguiam em direção ao
Congresso ao longo da tarde. O protesto se dispersou por volta das 15h,
depois que as lideranças sindicais discursaram contra o megadecreto e a
chamada "Lei Ônibus".
As falas foram marcadas pela ameaça do
sindicalista Pablo Moyano ao ministro da Economia, Luis Caputo. "Se
seguir com essas medidas, os trabalhadores não vão erguer o ministro nos
ombros, vão jogá-lo no Rio Riachuelo", disse. A ameaça faz referência à
declaração de Javier Milei, que sugeriu no começo do mês "erguer" o
ministro, se a inflação de dezembro ficasse abaixo dos 30%. Caputo, por
sua vez, disse esperar que a Justiça adote as medidas cabíveis em
resposta ao sindicalista.
Além da mobilização nas ruas, a greve
geral afeta ainda o sistema de transporte da Argentina. Voos foram
cancelados e boa parte das linhas de ônibus, trens e metrôs para de
circular na noite desta quarta-feira, 24. Os serviços de coleta de lixo e
correios também sofreram interrupções.
O movimento foi
criticado pelo governo, que assumiu há 45 dias. "Vai de encontro ao que a
maioria quer: viver em paz em um país onde as coisas começam a ser bem
feitas, entendendo que é um momento extremamente complicado", declarou o
porta-voz da presidência, Manuel Adorni, sobre a paralisação.
Minutos antes do início oficial da greve, ao meio-dia, a ministra da
Segurança, Patricia Bullrich, postou nas redes sociais vídeos com
comerciantes do bairro de Flores, em Buenos Aires, que não aderiram à
paralisação. "Todo mundo trabalhando aqui?", perguntou repetidas vezes.
"Aqui estão todas as pessoas que trabalham. Quem não trabalha não come.
Aqui todos estão trabalhando", declarou.
Os manifestantes se
opõem aos projetos do governo que, juntos, somam mais de mil medidas
para desregulamentar praticamente todos os aspectos da economia
argentina. A chamada Lei Ônibus recebeu hoje o aval das comissões da
Câmara para votação em plenário depois de um recuo do governo, que abriu
mão de 141 artigos do pacote.
Apesar do avanço, a avaliação é
de que ainda não há maioria para aprovar pontos considerados centrais do
texto em plenário. Por isso, a votação que o governo esperava para esta
quinta-feira, 25, foi adiada e só deve ocorrer na próxima terça,
segundo a imprensa argentina. Diante da notícia, as centrais sindicais
já falam em novas mobilizações para semana que vem.
O
megadecreto, por sua vez, entrou em vigor automaticamente, em dezembro,
mas ainda precisa passar por uma comissão do Congresso e enfrenta
questionamentos na Justiça. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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