As investigações da Polícia Civil de Alagoas apontam que a adolescente de 13 anos e o namorado dela mantiveram o corpo de Flávia dos Santos Carneiro - mãe da garota -, por quatro dias dentro de uma geladeira ligada. Isso ajudou o corpo a se manter preservado.
O assassinato da mulher, segundo o delegado Thiago Prado, ocorreu na última sexta-feira (1º) e o cadáver foi jogado em uma mata apenas nesta terça-feira (5), quando foi encontrado.
Segundo o delegado Thiago Prado, quando o corpo foi encontrado dentro da geladeira no bairro da Guaxuma, ele não estava em estado de decomposição, apesar de o assassinato ter ocorrido na sexta-feira (1º).
"A geladeira estava ligada ainda na manhã de hoje, o que justifica a preservação do cadáver. Ele não estava em estado avançado de putrefação, muito pelo contrário, estava preservado, justamente porque estava dentro da geladeira desde a noite do crime, que foi no dia 1º de março", afirmou a autoridade policial em entrevista à imprensa.
De acordo com a Polícia Civil, Flávia Carneiro foi assassinada com golpes de faca na região posterior do pescoço. O crime ocorreu, segundo o órgão investigador, porque a mulher não aceitava que a filha de 13 anos se relacionasse com o suspeito de executar o homicídio, que é namorado da adolescente e tem 23 anos de idade.
O que se tem até o momento?
A Polícia Civil, até o momento, tem como principais suspeitos do crime o jovem de 23 anos - como responsável por matar a mulher; a filha dela, por, supostamente, auxiliar na execução; e o sogro da menina, por ajudar a ocultar o corpo de Flávia, de 44 anos.
"Pelo depoimento da adolescente, ela não aplicou nenhum golpe a sua própria mãe. De acordo com o que levantamos, apenas uma faca foi usada. É possível que na cena do crime, uma pessoa teria feito a contenção [da vítima], e a gente acredita que tenha sido a adolescente, enquanto outra pessoa teria golpeado a vítima, que seria então o namorado desta primeira envolvida", considera o delegado Thiago Prado.
Em depoimento, a adolescente disse que, durante uma briga, o namorado empurrou Flávia Carneiro, e a mãe dela teria caído desacordada. Em seguida, de acordo com o relato dela, o homem teria golpeado a vítima com faca.
"No entanto, a gente identificou que todas as lesões encontradas no cadáver foram cometidas na região posterior do pescoço, o que denota que foi à traição ou que a vítima não pode exercer qualquer tipo de defesa. Por exemplo, a vítima pode ter sido contida por uma pessoa e golpeada por outra. De modo que todas as lesões foram atrás e concentradas. Todas outras evidências serão acostadas no inquérito para a conclusão", disse o delegado.
Como se chegou ao corpo?
Conforme o delegado Thiago Prado, o casal e o pai do suspeito concordaram em contratar um serviço de frete para transportar a geladeira para uma área do Benedito Bentes. O trabalhador do frete chegou a levar o eletrodoméstico ao local indicado, mas o casal teria desistido e pedido para ele levar o material a uma região de mata. A geladeira foi descartada na Guaxuma, momento em que o contratado pelo serviço identificou a existência de um corpo.
A adolescente narrou em depoimento, segundo Prado, que depois que a mãe foi morta, eles pegaram o corpo dela e o envolveram em uma colcha de cama, com sacos plásticos, amarrou o cadáver e o introduziu na geladeira.
"Foram tiradas todas as prateleiras da parte inferior da geladeira e ela ficou fechada com fita crepe. Isso preservou o cadáver até a manhã de hoje, quando essa geladeira foi desligada e foi levada até o local de desova", explicou o Thiago Prado.
A adolescente foi apreendida e o sogro dela preso em flagrante. Já o namorado conseguiu fugir e a Polícia Civil disse que continua em busca pelo paradeiro dele.
"A gente está numa força tarefa para trabalhar nesse caso. Logo após o encontro do cadáver, passamos a diligenciar, conjuntamente com o 6º Distrito Policial e a Oplit, e identificamos os autores, os envolvidos nessa trama criminosa", disse o delegado.
Ele afirma que, durante depoimento, a menina demostrou "muita frieza".
"Incompreensível como participar e presenciar crueldade com a própria genitora e se quer noticiar à polícia ou outras pessoas. Ao questionarmos se alguém notou a falta da mãe, ela disse que não, porque estava usando o telefone da mãe para se comunicar com os familiares. E questionei se no trabalho da vítima, que trabalhava como garçonete, teriam notado falta dela, uma vez que passou o final de semana sem ir, ela disse que não, porque informou, se passando pela mãe, que estava de atestado médico e não iria trabalhar no final de semana", relata a autoridade policial.