O número de novos casos semanais de
síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentou em todo o país, aponta
o boletim Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (7) pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Todas as regiões mostram crescimento,
mas com distinção quanto aos vírus respiratórios. No Centro-Sul
prevalece a covid-19. As regiões Sudeste e Sul, no entanto, além da
covid, tem quadro de influenza (vírus da gripe), demonstrando uma
cocirculação. No Nordeste e no Norte, a influenza também registra
aumento, especialmente na população adulta.
O novo cenário
mostra ainda que o vírus sincicial respiratório (VSR) reapareceu em
diversos estados, afetando crianças pequenas e idosos. Referente à
Semana Epidemiológica (SE) 9, de 25 de fevereiro a 2 de março, a análise
tem como base dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância
Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 4 de março.
Além do aumento do número de casos de
covid-19 e de influenza nas últimas semanas, o coordenador do InfoGripe,
Marcelo Gomes, alerta para o crescimento do vírus sincicial
respiratório, que afeta mais crianças e idosos.
“Vemos o aumento
desse impacto principalmente em crianças pequenas, de até 2 anos de
idade, mas sabemos também que os idosos têm risco de vir a falecer por
conta do VSR. Então, com a retomada desse vírus, tanto crianças pequenas
quanto idosos têm que ficar atentos. E o VSR, em particular, vemos em
todas as regiões do país com sinal de retomada, o que pode naturalmente
estar associado justamente à volta às aulas, sendo um grande
facilitador. É um cenário que requer bastante atenção”, disse Gomes.
Nos casos de covid-19 e gripe, Gomes destacou que aplicação de vacinas é
uma das principais ações a serem adotadas. “Além disso, é bom lembrar
que o uso de boas máscaras (N95 e PFF2) funciona para qualquer um desses
vírus. A máscara diminui o risco de contrair vírus respiratório,
principalmente nas unidades de saúde que, neste momento, estão recebendo
muita gente infectada.”
Outra recomendação é buscar atendimento
médico se surgirem sintomas parecidos com os de resfriado –
especialmente entre aqueles que fazem parte de grupos de risco –, para
seguir com o tratamento adequado à doença.
Nas últimas oito
semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantêm o padrão típico de
maior impacto entre crianças pequenas e idosos. “A incidência de SRAG
por covid-19 apresenta maior impacto nas crianças de até 2 anos e na
população a partir de 65 anos. Outros vírus respiratórios com destaque
para incidência de SRAG nas crianças pequenas são o sincicial e o
rinovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente
mais elevada nos idosos, com predomínio de covid-19”, ressaltou Gomes.