Seis anos após o assassinato da vereadora Marielle
Franco e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal prendeu três
suspeitos de terem ordenado o crime, ocorrido em março de 2018.
Ao
longo desses anos, as investigações do caso foram marcadas por
morosidade, mudanças recorrentes no comando das apurações e acusações de
tentativas de despistar as autoridades.
Veja, a seguir, a linha cronológica do caso.
2018
- 14 de março
- Marielle Franco e Anderson Gomes são mortos a tiros enquanto voltavam
de um evento. O carro onde estavam foi alvejado quando passavam pelo
Estácio, na região central do Rio.
- 16 de março - A polícia identifica dois carros envolvidos no assassinato; uma das placas havia sido adulterada;
- 11 de outubro - O Ministério Público do Rio de Janeiro diz ter identificado o biotipo do assassino;
- 1º de novembro - A
Polícia Federal entra no caso e abre inquérito para apurar esquema
voltado a obstruir a investigação e impedir a "elucidação dos mandantes e
executores reais" do caso;
- 22 de novembro - O
secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes, afirma
que a Polícia Civil identificou alguns participantes do assassinato.
-
2019
- 14 de janeiro - O Ministério Público e a Polícia Civil passam a seguir linhas distintas de investigação;
- 21 de fevereiro - PF faz operação para apurar obstáculos às investigações;
- 12 de março - O
policial militar reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-policial militar
Élcio Vieira de Queiroz, 46, são presos suspeitos de terem participado
do crime;
- 20 de março - Inquérito da Polícia
Federal cita o ex-deputado estadual Domingos Brazão (ex-MDB) entre os
suspeitos de ser um dos mandantes do crime;
- 23 de março - Polícia
Federal conclui que houve tentativa de atrapalhar investigações, em
relatório enviado a Raquel Dodge, então procuradora-geral da República;
- 31 de maio - O
PM Rodrigo Jorge Ferreira, conhecido como Ferreirinha, é preso acusado
de mentir para incriminar o miliciano Orlando da Curicica como um dos
mandantes;
- 17 de setembro - Em seu último dia
no cargo, Raquel Dodge denuncia ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)
cinco suspeitos de fraudar as investigações;
- 3 de outubro - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prende Elaine de Figueiredo Lessa, mulher de Ronnie Lessa, e o irmão dela, Bruno Figueiredo;
- 29 de outubro - Porteiro
de condomínio de Jair Bolsonaro afirma que Élcio Queiroz, suspeito de
matar Marielle, pediu para ir à casa do ex-presidente;
- 1 de novembro - A promotora Carmen Carvalho se afasta das investigações após a divulgação de fotos suas em apoio a Bolsonaro;
- 20 de novembro - Porteiro que citou Bolsonaro no caso Marielle recua e diz à Polícia Federal que errou.
2020
- 27 de maio - STJ rejeita pedido da PGR para que a investigação fosse federalizada.
2021
- 10 de março - O Ministério Público do Rio de Janeiro anuncia criação de uma força-tarefa;
- 10 de julho - As promotoras Simone Sibilio e Letícia Emile deixam a investigação após acusarem interferências externas;
- 26 de julho - O Ministério Público do Rio de Janeiro anuncia uma nova força-tarefa.
-
2023
- 22 de fevereiro - Flávio
Dino, então ministro da Justiça e Segurança Pública, determina a
instauração de um inquérito na Polícia Federal para ampliar a
colaboração federal;
- 23 de julho - O ex-PM Élcio Queiroz fecha acordo de delação premiada e assume ter participado do assassinato.
2024
- 24 de janeiro - Ronnie Lessa fecha acordo de delação premiada;
- 25 de janeiro - Alexandre de Moraes diz que 'Abin paralela' de Bolsonaro monitorou promotora do caso Marielle;
- 28 de fevereiro - Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, é preso acusado de ter destruído o carro usado no assassinato;
- 14 de março - O STF (Supremo Tribunal Federal) recebe parte da investigação após citação de pessoas com prerrogativa de foro;
- 19 de março - O
ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anuncia a
homologação da delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa;
- 24 de março -
PF prende Domingos e Chiquinho Brazão, suspeitos de mandar assassinar
Marielle, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio
de Janeiro.