Em Alagoas, no dia seguinte à prisão dos suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, falou sobre o caso e os investimentos do Governo Federal na área da segurança.

À imprensa, Lewandowski não descartou que, mesmo com as investigações do caso Marielle já encerradas, novas diligências possam acontecer. A fala dele ocorreu durante inauguração do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), no Benedito Bentes, nesta segunda-feira (25).

“Sobre o caso Marielle, o que podemos dizer é no que diz respeito à Polícia Federal. O caso está encerrado na medida em que se descobriu os executores e os mandantes e demais envolvidos. É possível que, a partir da apreensão de outros elementos que vierem ao conhecimento das autoridades e a partir das buscas, tenhamos novos elementos para abrirmos novas sendas", explicou.

O ministro disse apoiar Alagoas em novos investimentos e que pode levar a atuação integrada das polícias - como ocorre no estado - para outras localidades.

"Para combater a violência, o trabalho integrado é fundamental. Essa integração horizontal é exemplar, com a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Polícia Penal. É algo que pode ser levado para outros estados. Trazemos o compromisso do Governo Federal em continuar investindo", disse Ricardo Lewandowski.

No discurso, o governador Paulo Dantas destacou a realização dos concursos públicos e os investimentos em educação e infraestrutura, que contribuíram para o crescimento de Alagoas.

"O trabalho do governo, por meio dos seus indicadores, demonstram que estamos alcançado uma boa redução da violência. E o Cisp 1e 2, agora com esse segundo do tipo 3, irá continuar contribuindo para combatermos a criminalidade", disse Paulo Dantas.

“Tivemos uma extensa reunião para estudarmos formas de integração, que é hoje a palavra de ordem, seja ela comum, seja ela organizada. Fazemos aqui um compromisso do Governo Federal, em especial do Ministério da Justiça e da Segurança, que, de agora em diante, vai colaborar intensamente não só com o estado de Alagoas - que é um exemplo de avanço de combate à criminalidade -, mas também outros estados, no que diz respeito ao compartilhamento de dados de inteligência, que é fundamental para evidentemente fazermos algumas operações conjuntas", destacou o ministro.

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, mais de R$ 16,7 milhões foram investidos. O valor é oriundo do Tesouro Estadual e de recursos federais vindos de emenda parlamentar. São duas unidades, sendo a primeira no Trapiche da Barra, que acomoda a estrutura do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Já o ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou o combate contra a violência em Alagoas.

“A agenda da segurança pública é uma agenda fundamental para o país inteiro, para a vida das pessoas e o desenvolvimento do nosso país. Aqui, em Alagoas, a gente vem combatendo o crime e deixamos de ser o mais violento do Brasil, posição que ocupou por mais de uma década”, avaliou.

Três suspeitos de serem os mandantes dos assassinatos foram alvos de prisão preventiva expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Operação Murder Inc., realizada no fim da madrugada de domingo (24), pela Polícia Federal (PF).

Os três presos são o deputado federal Chiquinho Brazão e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Rio. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão pelo STF, no Rio de Janeiro.

O inquérito aponta divergências políticas sobre a regularização fundiária para projetos sociais como motivação para o crime.