A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou seis casos de pacientes que receberam órgãos contaminados pelo vírus HIV. A Anvisa e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) estão investigando a situação. Os exames de sangue dos doadores de órgãos apresentaram resultados falsos negativos para contaminação por HIV.
Em entrevista ao jornal BandNews FM, nesta sexta-feira (11/10), a secretária de saúde do Estado do Rio de Janeiro, Cláudia Mello, informou que “esta é uma situação sem precedentes”.
A informação foi revelada pela BandNews e confirmada pelo Metrópoles.
A situação foi descoberta no dia 10 de setembro, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV ao procurar atendimento no hospital.
Os doadores de órgãos realizaram testes de sangue na empresa PCS Laboratórios, em Nova Iguaçu (RJ).
A
Anvisa contatou o laboratório responsável pelos exames e descobriu que a
unidade não possuía os kits necessários para a realização dos testes de
sangue, além de não apresentar documentos que comprovassem a compra dos
itens. A suspeita é de que os testes não foram realizados, mas sim
forjados.
O PCS foi contratado pela SES-RJ, em dezembro do ano passado.
A
Secretaria de Estado de Saúde (SES), informou em nota que uma comissão
multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e,
imediatamente, foram tomadas medidas.
Veja a nota da SES na íntegra:
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Uma
sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.
Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e
transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão
divulgados detalhes das circunstâncias.
Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.