Endrick diz que jogava \'com ódio no coração\' por críticas, mas mudou para chegar na Seleção
Publicada em 20/11/23 às 09:08h - 10 visualizações
por Rádio Lobo Web com Estadão Conteúdo |
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(Foto: Rádio Lobo Web com Reprodução)
badalados do grupo convocado por Fernando Diniz, mas, no início deste
ano, não imaginava um cenário como este. Vendido ao Real Madrid em
dezembro de 2022, o jovem atacante, hoje com 17 anos, iniciou a
temporada 2023 com sua qualidade sendo colocada em cheque. Ele não
esconde que, naquele momento, as críticas o atingiram em cheio e
influenciaram seu comportamento, moldado pela ânsia de calar os
detratores, conforme revelou em coletiva neste domingo, na Granja
Comary.
"Foi um começo de ano muito difícil. Tinha 16 anos, era
um garoto que gostava de ver as coisas, ver o povo falando de mim. Tinha
uma expectativa muito alta por ser vendido muito novo para o Real
Madrid. Eu gostava de ficar vendo e só via gente me criticando, falando
mal de mim. Eu queria rebater, fazer um bom jogo para rebater. Depois,
eu fiz 17 anos, creio que mudei minha cabeça e jogar para ser feliz, não
jogar com ódio no coração. Foi isso. Estou bem com tudo mesmo, não ligo
mais para críticas. Se criticar, vou ficar tranquilo. O que importa
para mim é minha felicidade e a felicidade da minha família", afirmou.
O processo de mudança de postura foi longo e contou com apoio
fundamental de pessoas importantes na vida de uma das maiores promessas
do futebol brasileiro dos últimos tempos. Uma dessas é o zagueiro
Murilo, do Palmeiras, por quem Endrick foi acolhido desde que começou a
ser aproveitado no profissional, com conselhos e uma inabalável
parceria. "Eu via as pessoas falando e jogava querendo mostrar que não
era aquilo. Isso me destruiu um pouco. Uma pessoa que me ajudou muito
foi o Murilo, em toda minha trajetória pelo Palmeiras".
Embora
criticado pelos palmeirenses por ter demorado para dar mais espaço ao
prodígio da Academia, o treinador Abel Ferreira também foi citado pelo
garoto como um nome importante do caminho que o levou à seleção
brasileira. "O Abel é uma pessoa fenomenal Em campo, ele se transforma
em outra pessoa. Quando ele chama você pra conversar, ele é um cara
excepcional. Devo muita coisa para ele, muito dessa convocação se deve a
ele".
O grupo de exaltados conta é claro com Douglas e Cíntia
Ramos, pais do jogador. Douglas já apareceu bastante nos noticiários,
sempre emocionado ao falar do filho, por isso Endrick ficou bastante
feliz ao responder uma pergunta sobre a mãe durante a coletiva, e não
poupou palavras para expressar sua gratidão.
"Ninguém fala da
minha mãe. Como ela fala, eu não nasci de um ovo. Ela sempre esteve
comigo. Quando eu fui para o Palmeiras, a primeira a largar tudo foi
minha mãe. Meu pai ficou em Brasília, não que tenha feito errado, ele
não podia largar o trabalho. Mas ela dava coisas pra eu comer, passava
fome", disse. "Minha mãe foi peça essencial de toda minha luta. Devo
tudo a ela, espero que esteja feliz comigo", completou.
O
atacante também destacou o quanto a disciplina pela qual começou a ser
reconhecido está relacionada aos ensinamentos de Cíntia. "Pega muito no
meu pé, fala sobre minhas amizades. Eu quase não tenho amigos, quase não
saio. Sempre fico em casa por conta da minha mãe. Óbvio que gostaria de
sair, de me divertir. Minha mãe me coloca sempre no lugar e ela me
transformou em um homem de caráter. Vou fazer o que for preciso no
trabalho. Quando estiver de férias, de boa, também tenho vida, vou me
divertir, mas quando eu estiver no meu trabalho, estou 100% focado
nele".
TIME CR7
Na terça-feira, às 21h30, Endrick pode
ir a campo no Maracanã para enfrentar a Argentina, em clássico válido
pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. A possibilidade jogar contra o
Messi, que ganhou a Copa passada e recebeu sua oitava Bola de Ouro
recentemente, anima o adolescente, mas até certo ponto, já que ele está
do lado daqueles que preferem Cristiano Ronaldo ao astro argentino.
"Sobre o Messi, é um cara fenomenal como todos sabem. Melhor do mundo
novamente… poder jogar contra ele, poder olhar pra ele, só via no
videogame", afirmou, antes de acrescentar: "O Messi é grande, mas sou
mais fã do Cristiano Ronaldo".
Apesar de inspirado no português,
um viciado em protagonismo, Endrick não adota exatamente a mesma
postura. O jovem atacante é confiante e tem espírito de liderança, mas
sabe que ainda tem muito a caminhar, inclusive não esperava ser
convocado para a seleção brasileira principal nesta Data Fifa e sim para
a seleção olímpica, que está treinando no CT Joaquim Grava, do
Corinthians, em São Paulo, como preparação para o Pré-Olímpico, marcado
para janeiro, na Venezuela.
"Eu estava esperando a olímpica, não
estava esperando a convocação (principal). Estava treinando, e as
pessoas estavam me ligando, celular estava tocando. Quando o treino
acabou, eu fui ver com meu pai e sabia que ele já estava chorando, minha
mãe também. Deu aquelas borboletas na barriga, depois agradeci a Deus
por tudo que vem acontecendo na minha vida", afirmou.
Sobre a
pressão que muitos torcedores têm feito para vê-lo como titular do
Brasil, Endrick também mantém os pés no chão. "Estou bem tranquilo.
Claro que não tem como escapar disso que falam que o protagonista tem
que ser eu, mas protagonista tem que ser o time. Não adianta eu fazer um
gol e tomar mil gols. A gente joga em equipe, ninguém é melhor que o
outro, eu deixo isso sempre claro. Estar trabalhando com pessoas
maravilhosas é uma coisa muito boa para mim", disse.
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