No dia 9 de junho de 2024, o CRB estava próximo de conquistar o que seria o maior título de sua história. No Estádio Rei Pelé, em Maceió, bateu o Fortaleza por 2 a 0, na final da Copa do Nordeste e, dali, parecia que tudo daria certo. Mas o que aquela noite e o futuro reservaram para os regatianos tornou-se um tormento.
O CRB acabou perdendo a decisão e, mais de 5 meses depois, pode fechar o ano de 2024 de uma forma que nem o alvirrubro mais pessimista poderia imaginar: rebaixado à Série C de 2025.
Estes dois próximos domingos serão, no mínimo, agoniantes para o torcedor do Galo. O fantasma da queda ronda o ambiente regatiano. Isso porque o futuro do clube será definido em duas partidas fundamentais. A primeira, acontece neste domingo (17), às 16 horas, contra o Santos, na Vila Belmiro. Já a segunda deve ser no dia 24, no Estádio Rei Pelé, contra o Operário-PR.
Nessa luta, além do CRB, estão Ponte Preta, Botafogo-SP, Ituano e Chapecoense. Cada um com possibilidades diferentes. Fato é que o Galo é o atual 16º colocado, com 39 pontos, apenas um acima da 17ª, a Ponte, que tem 38.
Durante a caminhada, a equipe teve diversos problemas constatados, inclusive pela própria diretoria, que chegou a admitir o erro por não formar um elenco mais robusto, como foi dito pelo presidente Mário Marroquim, em entrevista ao Bola Quente, no dia 15 de outubro.
“A gente precisa ter o aprendizado. Acho que declinamos neste segundo semestre por conta da quantidade de jogos e pelo elenco reduzido. É um fator que pesou. Faltou revezar o elenco, ter um elenco maior, falha nossa, falha na escolha. A gente entende que o grupo enxuto foi o pecado”, disse o presidente.
A situação do elenco entra em concordância com a janela de contratações do meio do ano, onde o CRB acertou com 8 contratações e apenas uma delas chegou a assumir a titularidade. Entre os nomes estão Chay, Rafael Bilu, Wanderson, Luis Segovia, Ryan, Marco Antônio, Vinícius Barata e Kleiton.
TROCAS DE TÉCNICO
O CRB foi comandado por três nomes diferentes nesta Série B: Daniel Paulista, Bruno Pivetti e Hélio dos Anjos, que será o comandante regatiano nestes dois jogos finais. E, assim como toda a campanha, nenhum deles conseguiu números vistosos.
Daniel começou a competição com a moral em alta, após disputar a final da Copa do Nordeste, mas o cenário dentro do campeonato foi da oscilação ao catastrófico. Apesar de ter conquistado a maioria dos pontos da equipe regatiana na competição, foi sob o seu comando que a crise escancarou-se.
A partir da rodada 17, Daniel e o CRB acumularam uma sequência quase interminável de jogos sem vencer. Foram 9 partidas pela Série B e duas na Copa do Brasil, com sete derrotas ao todo. A diretoria persistiu com o treinador, mas ele não resistiu à pressão, sendo demitido na 25ª rodada.
O Galo caçou pelo menos 15 nomes de treinadores e chegou a um consenso, dias depois, para trazer Bruno Pivetti, recém-saído do Náutico. Ele foi o que teve menor aproveitamento em sua caminhada, com apenas três jogos disputados e nenhuma vitória.
Os jovens deram lugar à experiência. Hélio dos Anjos foi contratado para assumir o time a partir da 29ª rodada. Contudo, ele sofre com os mesmos problemas dos antecessores: oscilação e instabilidade. Com nove duelos à frente do Galo, Hélio tem quatro vitórias, um empate e quatro derrotas.
QUEDA DE DIRETOR
Um dos principais alvos dos regatianos foi o executivo de futebol Thiago Paes. Homem forte do futebol do CRB durante mais de três anos, ele foi colocado no topo da lista de culpados pela torcida por conta da situação do Galo. Inclusive, Thiago Paes, durante seus anos nos bastidores do clube, foi a cabeça pensante no mercado de transferências, acertando contratações, e trazendo indicações para o elenco, que deixou o torcedor insatisfeito neste ano.
E, após tanta pressão, principalmente oriunda das redes sociais, Thiago Paes sucumbiu: foi demitido, logo após o técnico Bruno Pivetti, no dia 20 de setembro. Mas o CRB não fechou com outro nome para o cargo.
CENÁRIOS
A vida não é simples, mas o CRB ainda depende de suas forças para escapar da queda. Como está na frente da Ponte Preta, duas vitórias simples nas duas rodadas finais bastam para garantir a permanência. Mas há mais cenários positivos que podem garanti-lo.
O mais viável e o que faria o Galo nem precisar se esforçar seriam duas derrotas da Ponte, somadas a pelo menos um tropeço do Ituano. A Macaca ainda terá pela frente o Sport (em casa) e o Avaí (fora de casa).
Caso faça um ou dois pontos nos últimos jogos, continua o mesmo cenário: precisaria de dois tropeços da Ponte Preta.
O CRB só estará rebaixado à Série C se a Ponte Preta conseguir fazer, no mínimo, dois pontos a mais que o Alvirrubro nos seis que cada um irá disputar. E o torcedor regatiano está roendo as unhas de preocupação, rezando e torcendo por um final feliz para a sua equipe.