Hamas liberta 24 reféns de Gaza e Israel solta 39 prisioneiros palestinos
Publicada em 25/11/23 às 13:24h - 16 visualizações
por Rádio Lobo Web com Estadão Conteúdo
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(Foto: Rádio Lobo Web com Reprodução)
Depois de quase sete semanas em cativeiro, 24 reféns sequestrados pelo
Hamas no dia 7 de outubro foram libertados nesta sexta-feira, 24. Em
troca, Israel soltou 39 prisioneiros palestinos, completando a primeira
fase do acordo de cessar-fogo temporário que interrompeu os combates na
Faixa de Gaza.
Foram 13 reféns israelenses - todas mulheres e
crianças - inicialmente transferidas para o Egito antes de serem
devolvidas a Israel. Quatro eram crianças pequenas e a maioria das nove
mulheres tinha mais de 70 anos. Além disso, 10 tailandeses e 1 filipino
também foram soltos - eles eram trabalhadores agrícolas que viviam no
sul de Israel.
O início da trégua de quatro dias levou esperança
para as famílias dos reféns, um breve alívio para os habitantes de Gaza
castigados pela guerra e um ligeiro sentimento de otimismo sobre o
futuro do conflito. Israel e Hamas afirmaram que respeitarão o acordo,
mas no passado muitas tréguas fracassaram., Além disso, ambos os lados
sinalizaram que pretendem continuar os combates quando a pausa expirar.
Futuro
Outros reféns devem ser libertados neste sábado, 25, e nos próximos
dois dias, totalizando 50 pessoas. Israel afirma que haverá um dia
adicional de trégua para cada 10 reféns amais que forem liberados pelo
Hamas. A troca foi intermediada por Catar, Egito e EUA. O presidente
americano, Joe Biden, disse acreditar que exista "possibilidades reais"
de se estender o cessar-fogo. "É apenas o começo, mas até agora tudo vai
bem", disse.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin
Netanyahu, afirmou que seu objetivo era liberar todos os reféns
capturados pelo Hamas, que no seu ataque deixou 1,2 mil mortos em
Israel, em sua maioria civis. "Estamos decididos a trazer de volta todos
os nossos reféns", disse.
Em troca dos 13 reféns libertados, 39
mulheres e adolescentes palestinos saíram de prisões israelenses ontem,
segundo o Ministério das Relações Exteriores do Catar. A maioria é de
Jerusalém Oriental e das cidades de Nablus e Ramallah, na Cisjordânia.
Em frente à prisão de Ofer, uma multidão recepcionou os prisioneiros.
Os reféns israelenses foram entregues pela organização humanitária
Crescente Vermelha a soldados israelenses, que receberam orientações de
como tratá-los. Eles foram encaminhados a hospitais.
Segundo o
contra-almirante Daniel Hagari, principal porta-foz das Forças Armadas
de Israel, os exames médicos iniciais dos reféns mostraram que eles não
enfrentam emergências médicas com risco de vida, mas seriam submetidos a
exames adicionais.
Os menores de 12 anos foram recebidos na
fronteira por suas famílias. Os mais velhos encontraram seus parentes
nos hospitais, onde também foram informados pelos serviços de segurança
sobre a situação atual na Faixa de Gaza. Doze das recém-libertadas
estavam entre as cerca de 75 pessoas sequestradas do kibutz Nir Oz. A
outra israelense estava entre as pessoas que foram levadas do kibutz
Nirim.
Reencontro
Uma das reféns israelenses
soltas ontem foi Doron Katz Asher, de 34 anos, com suas duas filhas, de 4
e 2 anos. Elas foram sequestradas com a mãe de Doron, Efrat Katz, de 67
anos. O marido de Doron se comunicou com ela no dia do ataque, quando
ela disse a ele que havia terroristas dentro da casa de sua mãe, onde
estava hospedada.
Mais tarde naquele dia, ele viu os membros de
sua família num vídeo publicado nas redes sociais, que os mostrava elas
sendo conduzidas na traseira de uma caminhonete pelos terroristas.
Rastreando remotamente o telefone de sua mulher, Asher viu que o
dispositivo foi levado para Khan Younis, cidade no sul de Gaza, e, desde
então, não tinha tido mais notícias suas.
Acordo deve permitir entrada de mais ajuda humanitária ao enclave
O porta-voz do posto de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, Wael
Abu Omar, informou que caminhões foram autorizados a entrar no enclave
com ajuda humanitária e combustível, assim que teve início a trégua dos
combates para a libertação dos reféns pelo Hamas.
O Escritório
de Coordenação para Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU anunciou que 137
caminhões com ajuda humanitária haviam sido descarregados no ponto de
coleta da agência ontem. Essa foi uma das maiores entregas de
assistência ao enclave desde o início da guerra.
Os bombardeios
israelenses em resposta ao ataque do Hamas, em 7 de outubro, devastaram o
território palestino e deslocaram 1,7 milhão dos seus 2,4 milhões de
habitantes, segundo a ONU, que denuncia uma grave crise humanitária. A
população encontra-se submetida desde 9 de outubro a um "cerco total"
por parte de Israel, que cortou os fornecimentos de comida, água,
eletricidade e medicamentos.
Ajuda
A trégua deve
permitir agora a entrada de um maior número de comboios humanitários e
de ajuda, incluindo combustível, segundo explicou o Catar, um dos
mediadores do acordo de troca de prisioneiros entre Israel e Hamas.
Israel concordou em permitir a entrega de 130 mil litros de combustível
por dia para Gaza durante a trégua. O combustível é essencial para o
fornecimento de energia aos hospitais do território.
Longo prazo
A principal agência de desenvolvimento dos EUA fez um apelo para um
rápido aumento da assistência humanitária para Gaza a longo prazo,
chamando a ajuda de "urgente e imperativa".
A chefe da Agência
dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), Samantha Power,
emitiu um comunicado na quinta-feira. "Com 1,7 milhão de pessoas em Gaza
deslocadas internamente e praticamente todos os 2,3 milhões de
habitantes necessitando de ajuda, a escala das necessidades humanitárias
em Gaza é impressionante", escreveu Power. "É urgente e imperativo que
sejam criados mecanismos duradouros para acelerar significativamente o
ritmo da ajuda sustentada a Gaza."
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