Rússia acusa EUA e Reino Unido de \'escalada\' destrutiva no Iêmen e pede reunião na ONU
Publicada em 12/01/24 às 10:43h - 8 visualizações
por Rádio Lobo Web com Estadão Conteúdo
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(Foto: Rádio Lobo Web com Reprodução)
A porta-voz diplomática da Rússia condenou nesta sexta-feira, 12, o
bombardeio do Iêmen pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra os
rebeldes Houthi, uma ação que o país afirma levar a uma "escalada" e tem
"objetivos destrutivos". País pediu reunião no Conselho de Segurança da
ONU.
"Os bombardeios dos EUA no Iêmen são um novo exemplo da
distorção dos anglo-saxões das resoluções do Conselho de Segurança da
ONU e do total desrespeito ao direito internacional, em nome de uma
escalada na região para atingir seus objetivos destrutivos", disse Maria
Zakharova, representante oficial do Ministério dos Negócios
Estrangeiros da Federação Russa no Telegram.
Pelo menos cinco
pessoas morreram e seis ficaram feridas nos bombardeios dos EUA e do
Reino Unido, informou o porta-voz militar do movimento. "Esses ataques
mataram cinco mártires e feriram outros seis membros de nossas forças
armadas", disse Yahya Saree na rede social X, acrescentando que houve 73
bombardeios em vários setores, incluindo a capital Sana'a e Hodeida.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã também condenou os ataques e
disse que se tratava de uma "ação arbitrária" e uma "violação" do
direito internacional.
Os rebeldes Houthi, que controlam parte
do Iêmen e são apoiados por Teerã, lançaram vários ataques a navios no
Mar Vermelho desde novembro para demonstrar solidariedade aos palestinos
em Gaza.
Os Houthi disseram que continuarão a atacar navios no
Mar Vermelho que estejam ligados a Israel. "Não há justificativa para
essa agressão contra o Iêmen, pois não havia perigo para a navegação
internacional no Mar Vermelho e no Mar da Arábia", disse Mohamed
Abdelsalam, porta-voz dos houthis, um movimento apoiado pelo Irã, no X
(antigo Twitter).
Ele também garantiu que os insurgentes
continuarão a realizar ataques, em apoio aos palestinos na Faixa de
Gaza, contra contrabandistas ligados a Israel ou contra qualquer
embarcação que se dirija a um porto israelense.
"O Iêmen
continua com sua postura religiosa e humana e apoiará Gaza com tudo o
que puder. Essa agressão dá mais resiliência e força", disse Abdelsalam,
enquanto Mohamed Ali al-Huti, membro do gabinete político Houthi,
chamou o bombardeio americano e britânico de suas posições no Iêmen de
"bárbaro e terrorista" na mesma plataforma, uma ação que ele justificou
como sendo realizada para reduzir a tensão no Mar Vermelho.
"É
uma agressão deliberada e injustificada (...) Com esses ataques, eles
estão afirmando que são eles que estão gerenciando a agressão contra
Gaza, bem como contra o Iêmen", disse o líder insurgente.
Ele
disse que a resposta dos EUA e do Reino Unido vem "em um momento em que o
mundo está tentando parar o genocídio em Gaza", referindo-se ao
processo movido pela África do Sul contra Israel no Tribunal
Internacional de Justiça (ICJ) em Haia. Como outros líderes rebeldes já
fizeram, Al-Huti alertou que o bombardeio do Iêmen "não passará
despercebido" e será respondido.
Estados Unidos, Reino Unido,
Austrália, Bahrein, Canadá, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Nova Zelândia e
Coreia do Sul emitiram uma declaração conjunta na qual enfatizaram que a
ação era em defesa do comércio internacional e daqueles que transitam
pelo Mar Vermelho, por onde passam quase 15% do comércio marítimo
global.
"As ações de hoje demonstram um compromisso
compartilhado com a liberdade de navegação, o comércio internacional e a
defesa da vida dos marítimos contra-ataques ilegais e injustificáveis",
disseram os países na declaração conjunta.
Após o bombardeio do
Iêmen, os houthis declararam "guerra aberta" contra os Estados Unidos e
o Reino Unido e alegaram ter lançado uma barragem de mísseis contra
seus navios de guerra no Mar Vermelho.
Ainda na noite de
quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, chamou os ataques de uma
"mensagem clara de que os Estados Unidos e nossos parceiros não
tolerarão ataques ao nosso pessoal nem permitirão que agentes hostis
coloquem em risco a liberdade de navegação em uma das rotas comerciais
mais importantes do mundo".
Os ataques liderados pelos EUA
sinalizaram uma mudança de rumo para o governo Biden, que há semanas não
queria tomar medidas que pudessem envolver os Estados Unidos, um firme
defensor de Israel, em uma guerra mais ampla na região. (Com agências
internacionais).
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