Israel lançou um ataque contra o Irã, informou a imprensa dos Estados Unidos, na noite dessa quinta-feira (18), citando um oficial dos Estados Unidos. O jornal "The New York Times" disse que autoridades israelenses confirmaram o ataque sob condição de anonimato. Explosões foram ouvidas próximas de uma base militar.
No sábado (13), o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones iranianos em um ataque sem precedentes contra Israel. Desde então, o governo israelense avaliava uma resposta militar. Relembre a crise entre os países mais abaixo.
A imprensa do Irã disse que, por volta das 21h30 (horário de Brasília), três drones que sobrevoavam a área de Isfahan foram abatidos. A região fica a 450 km de Teerã e tem instalações nucleares. O espaço aéreo chegou a ser fechado, e voos foram cancelados.
Uma autoridade iraniana confirmou que não houve ataque com mísseis e disse que o sistema de defesa aérea foi ativado. Explosões ouvidas na região, segundo a autoridade, são resultado da ação do sistema de defesa.
Um militar do Irã disse que nenhum estrago foi causado. A imprensa local afirmou também que as instalações nucleares iranianas permanecem intactas.
Outro militar sênior ouvido pela agência Reuters disse que o Irã não tem planos para uma retaliação imediata contra Israel, já que as circunstâncias do ataque não estão claras.
Autoridades dos Estados Unidos disseram à Reuters que o país não está envolvido no ataque, mas que foi notificado por Israel sobre a ação.
Além do Irã, a agência estatal de notícias da Síria disse que o país foi alvo de um ataque de mísseis contra bases de defesa aérea, nesta sexta-feira (19). A agência responsabilizou Israel pelo bombardeio.
Até a última atualização desta reportagem, Israel e Irã não haviam se pronunciado sobre o assunto oficialmente.
Reposta de Israel
Até então, o governo de Israel ainda estava discutindo como seria a resposta ao Irã. Segundo o canal israelense Channel 12, Israel queria lançar uma réplica para "ferir" o Irã sem chegar ao ponto de provocar uma guerra regional.
Por outro lado, o Irã disse que lançaria uma ofensiva ainda maior contra Israel caso fosse alvo de um contra-ataque.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou em uma conversa com o emir do Catar que qualquer ação contra os interesses do país receberá uma resposta severa.
Nesta quinta-feira, o Irã disse que poderia reavaliar sua doutrina atômica — que oficialmente é voltada para fins pacíficos — caso Israel mirasse instalações nucleares do país.
Crise entre Israel e Irã
A escalada na crise entre Irã e Israel começou no dia 1º de abril. Naquele dia, um ataque israelense matou um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas, na Síria.
O bombardeio atingiu o consulado do Irã em Damasco e foi conduzido por aviões militares. À época, Israel evitou comentar o caso, mas fontes da Defesa israelense confirmaram a autoria do bombardeio ao jornal "The New York Times".
Um dia depois do ataque, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que Israel iria se arrepender do ataque.
Nos dias seguintes, começaram a pipocar informações sobre a possibilidade efetiva de uma resposta do Irã. O governo dos Estados Unidos, inclusive, demonstrou preocupação diante da ameaça.
A resposta efetiva veio no dia 13 de abril, quando o Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel, em um ataque sem precedentes.
A agência de notícias Associated Press informou que essa foi primeira vez que em o Irã lançou um ataque militar direto a Israel, apesar de mais de quatro décadas de uma inimizade que remonta à Revolução Islâmica de 1979.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos mísseis e drones lançados. Parte dos projeteis foi derrubada com a ajuda dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia.
O ataque levou os Estados Unidos a aplicarem novas sanções contra o Irã. No entanto, a Casa Branca avisou Israel que não participaria de um contra-ataque conduzido por Israel.