Encerrada a votação neste domingo (1º/9) para os parlamentos estaduais nos estados alemães da Saxônia e da Turíngia, resultados preliminares apontam para um triunfo histórico da ultradireita no leste da Alemanha, algo que não se via desde a Segunda Guerra Mundial.
Com 32,8% das intenções de voto na Turíngia, a ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) lidera a disputa no estado, seguida pela conservadora União Democrata Cristã (CDU), com 23,8%, e a sigla populista de esquerda anti-imigração Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), com 15,5%. Já o partido A Esquerda, cuja dissidência deu origem à BSW, perde o controle do único governo estadual que tinha, indo de 31% dos votos em 2019 para 12,9%.
Na Saxônia, a AfD (30,8%) por pouco não supera a CDU (31,8%). Já a BSW surge em terceiro lugar com 12%.
Nos dois estados do leste alemão, os três partidos que integram a coalizão do governo federal – sociais-democratas (SPD), verdes e liberais (FDP) – não somam juntos mais que 10,6% (Turíngia) e 12,7% (Saxônia).
Na
Saxônia, liberais não devem conquistar uma cadeira sequer por não
atingirem a cláusula de barreira. Esquerdistas poderão ter o mesmo
destino. Na Turíngia, liberais e verdes também devem ficar de fora do
parlamento estadual.
Os dados são do Infratest dimap, e baseiam-se em resultados preliminares e projeções às 20h27 do horário local (15h27 de Brasília). Os números podem mudar à medida que a apuração avançar.
Na
Turíngia, o candidato a governador pela AfD é Björn Höcke (foto em
destaque), cuja alcunha de “fascista” foi chancelada por um tribunal
alemão e que já foi condenado por uso de slogans nazistas.
É
improvável, porém, que a AfD comande o estado. Isso porque, na
Alemanha, os governos estaduais também são parlamentaristas. Isso quer
dizer que, para ter o posto de governador do estado, um partido precisa
conquistar mais da metade dos assentos no parlamento estadual.